24 de out. de 2012

Dr. Rafael Knack - Artrite Reumatoide e o Esporte.




Texto enviado por: Dr. Rafael Knack - Medicina Esportiva
e-mail para sugestões rafaelknack@hotmail.com


A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune e etiologia desconhecida. Apesar de a doença acometer indivíduos de todas as faixas etárias, as mulheres estão três a quatro vezes mais propensas a serem acometidas pela AR do que os homens. Assim como na maior parte dos problemas reumatológicos, a AR se caracteriza por uma série de eventos que se combinam um com os outros, entre eles a rigidez articular, dor, inchaço, deformidade articular, atrofia muscular, descondicionamento físico generalizado e a diminuição da função. Grande parte dos pacientes com doença articular inflamatória ou não inflamatória sofre com diminuição da força muscular e atrofia em torno da articulação envolvida. Esta perda de força pode resultar da inatividade e do próprio quadro inflamatório. Por exemplo, pacientes com AR exibem atrofia das fibras musculares do tipo I e II, fato que pode estar relacionado com alterações patológicas dentro do tecido ou ao desuso.
 O paciente com AR necessita de tratamento fisioterápico e farmacológico, mas fortes evidências apontam, também, benefícios no uso de exercícios físicos na sua terapêutica. Apesar de ainda não existir um consenso quanto ao melhor tipo, intensidade, frequência e duração do exercício, evidências apontam que a prática regular de atividade física exerce papel fundamental no tratamento da doença. Por este motivo, exercícios físicos regulares podem e devem ser incluídos na rotina da vida diária do paciente o que, em conjunto com a terapia farmacológica, pode proporcionar maior independência e qualidade de vida aos portadores de AR, sem contar que o
exercício também pode auxiliar a reduzir a dor articular. Foi durante as duas últimas décadas que os pesquisadores intensificaram os estudos sobre a eficácia dos exercícios de força e aeróbicos no paciente da artrite. Os dados resultantes destas pesquisas mostram claramente que o exercício maximiza
a amplitude de movimento, além de melhorar a força muscular, resistência, alinhamento adequado das articulações, função e a densidade óssea.
Após a liberação do médico para esta prática esportiva, o profissional que acompanhar o portador de AR durante seu programa de exercícios deve considerar a extensão e o estágio do comprometimento articular, bem como os fatores que podem afetar a motivação e a obediência do paciente, pois é natural que a pessoa com quadro de inflamação articular tenha receio de praticar exercícios resistidos. Os parâmetros para o tipo e a quantidade de exercícios a serem prescritos serão determinados pelo grau de sinovite do paciente, levando em consideração se há ou não destruição e deformidade articular, bem como deverá ser avaliada a tolerância do paciente à dor.
Quando o portador de doença crônica não é cuidadoso e apresenta um quadro agudo, o mesmo deverá ser incentivado a fazer exercícios de fortalecimento estático, além de exercícios suaves de amplitude de movimento. Os protetores articulares podem ser úteis para evitar traumas às articulações inflamadas.
A intensidade do programa de exercícios deve ser determinada pelo próprio paciente, para que não seja feito esforço articular além da conta. Alguns detalhes devem ser atentamente observados, por exemplo, a dor aguda durante o exercício indica a necessidade de modificar o programa; a dor vaga difusa, que se resolve em menos de duas horas, não indica a necessidade de modificação do programa. Quanto aos tipos de programas de exercícios mais indicados, os de fortalecimento
aumentam a força muscular e a contratilidade, melhorando a capacidade do paciente de realizar suas atividades diárias. Evidências indicam que os pacientes com AR são mais fracos do que pessoas saudáveis e que aqueles com AR grave chegam a ter de 33-55% menos força nesta mesma comparação. A amplitude do exercício deve ser realizada fora da faixa de dor do paciente, ou seja, seve ser realizado dentro do limite, sem que a articulação seja demasiadamente forçada. No entanto, com a melhora do quadro doloroso, as amplitudes articulares podem ser suavemente forçadas, para que haja ganho de amplitude respeitando o processo patológico primário.

Os programas de fortalecimento muscular para o portador de AR podem ser tanto estáticos, quanto dinâmicos, ou até mesmo uma combinação de ambos. Nos exercícios estáticos, mais conhecidos por isométricos, o indivíduo gera tensão muscular sem que tenha que alterar o comprimento do músculo e mover a linha articular. Este tipo de exercício é muito recomendado, pois é muito bem tolerado mesmo durante os períodos de inflamação articular aguda, ajuda a prevenir a atrofia muscular, produz menos inflamação e com menor alteração na pressão intra-articular. No entanto, em determinados pacientes com quadros exacerbados, os exercícios estáticos são contraindicados, pois exercem uma grande demanda sobre a função cardíaca.
Outra opção são os exercícios dinâmicos, que tem a característica de alongar e encurtar a fibra muscular durante sua execução, o que permite que a articulação se movimente por meio de amplitude completa ou limitada e produza força. Este tipo de exercício é recomendado em períodos em que a inflamação articular se encontra controlada.
Sendo assim o paciente com AR pode se beneficiar de ambos os tipos de treinamento, sendo um mais apropriado para os momentos de inflamação articular e o outro para os momentos fora da crise. Tanto um quanto o outro programa de treinamento levam à hipertrofia muscular e podem melhorar a força e as funções motoras do paciente. 
Após inúmeras pesquisas envolvendo pacientes com AR e exercícios resistidos, pode-se afirmar que o exercício é um método comprovado de melhorar a função, a resistência e o humor de pacientes com artrite reumatoide. Os programas de curta duração de exercícios estáticos e dinâmicos mostraram melhora na força muscular que variou entre 27 a 57% para mais, com pouco efeito sobre a dor e derrames articulares. Acredita-se que a prática de exercícios é capaz até de reduzir a sinovite articular, mas para tanto é necessário que o médico Reumatologista avalie o quadro do paciente para verificar se não há nenhuma contraindicação.

Dr Rafael Silvestre Knack
Medicina Esportiva - Endocrinologia

Leiam um depoimento de quem é portador de Artrite Reumatoide :

Olá! Meu nome é Silvia, muitos já me conhecem das receitas que a gente posta aqui no blog. Dessa vez, eu vim comentar sobre a AR, uma doença que me acompanha há pouco mais de 7 anos. Quando o Daniel me pediu para eu escrever "um pouco" sobre a AR e os exercícios de força, eu já avisei : Não dá para escrever só um pouco e não vou mentir sobre esse assunto. Não dá para eu chegar aqui e escrever que fiquei um ano sem andar, sem conseguir segurar um copo e que agora consigo treinar pesado, tudo isso num passe de mágica. Eu vou resumir, porque aqui é um site de esportes e não de doenças! Quem é portador de doença auto-imune, assim como a AR (na minha opinião de paciente que estuda), tem que descobrir o que causa a doença, não adianta só tratar a dor. O meu tratamento foi o tradicional, cortisona, muita cortisona e muitos remédios, mas o que me levantou da cama foi a acupuntura e as massagens nas juntas. Depois de um ano, comecei a natação e aos poucos fui fazendo musculação, primeiro sem peso nenhum e depois aumentando as cargas. As caminhadas eram complicadas, principalmente na rua. Fui persistindo, até descobrir mais uma doença auto-imune, talvez a "mãe" de todas que eu sou portadora (num total de 4), a Doença Celíaca (intolerância permanente ao gluten). Com ela, veio uma dieta sem gluten e agora há um ano, a paleo diet, pois descobri outras tantas intolerâncias. Me alimentar de uma maneira muito natural, sem aditivos, e principalmente com os alimentos que o meu organismo tolera + os exercícios físicos é que me trouxeram aqui, onde eu estou hoje.
Para quem quiser saber um pouco mais de tudo o que eu abordei de forma rápida, segue alguns links :

http://nocontemgluten.blogspot.jp/2011/11/artrite-reumatoide-alimentos-e.html

http://paleodietlifestyle.com/

http://vitaminadporumaoutraterapia.wordpress.com/depoimentos/




by Silvia Kawaguti

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